Deixou de ser amor, ou talvez nunca tenha sido
Andei pensando nele essa semana, mas não o tipo de pensamento nostálgico e que desperta lembranças, foi mais um pensamento ocasional depois de encontrá-lo no corredor e não reconhecê-lo mais.
Há um ano, eu era a
garota que o amava em segredo, que vivia sonhando acordada e imaginando um
futuro perfeito e parecido com as comédias românticas. Eu fazia planos,
escrevia cartas e o encontrava a cada oportunidade, mas algo mudou com o passar
do tempo.
O amor começou a me
machucar.
A primeira vez foi
quando ele encontrou uma nova garota.
A segunda quando estava
com ela e me olhando.
A terceira quando
começou a namorar alguém que não tinha nada a ver com ele e a continuar com
nosso jogo de quase sermos algo.
E cada mágoa dessa foi
acumulando e transformou o amor que me deixava nas nuvens em algo que me
machucava e me fazia encontrar defeitos em mim mesma. Julgava que eu tinha algo
errado e que ele era o príncipe perfeito e personagem das histórias que
escrevo.
Chegou um momento que
tudo o que tinha em meu peito era desamor e a garota romântica foi submersa no
meio da mágoa e de defeitos que acreditava ter. Um belo dia, no mesmo corredor
de sempre, eu percebi que tinha algo errado, além da dor e da mágoa, eu não
tinha mais ar e não conseguia mais suportar vê-lo com aquela menina pequena que
era tudo que eu não poderia ser.
Tudo passou a dar
errado. Nenhuma história conseguia nascer de alguém tão machucada e sempre tão
ansiosa com tudo.
E eu, que até então
vivia de sonhos, comecei a viver de medos. Medo de nunca ser boa para alguém,
medo de ser anormal, medo de ter medo e tudo porque o amor me machucou.
Então, quando eu vi que
só estava vivendo de mágoa e um passado que não deu certo, comecei a ver algo
além do amor que não deu certo, das tentativas fracassadas de eternizar em
palavras o amor por alguém que teve todas as chances do mundo e não aproveitou.
Eu precisei ver o lado
feio e triste do amor e mergulhar em ansiedade para conseguir perceber que amar
nem sempre quer dizer que seremos correspondidas e que o amor, aquele que eu
tanto escrevi sem saber se realmente existia, não se encontra no primeiro cara
com pinta de intelectual e uma falsa fuga dos padrões.
Primeiro a gente tem
que se amar, sei que todo mundo fala isso, mas só quando encontramos o amor por
nós mesmos é que podemos querer compartilhá-lo com alguém. Temos que amar cada
estranheza, cada defeito e principalmente: amar nossa aparência, nossa forma de
ver o mundo e a vida.
E não, eu não fiquei
com ele e nem quero. Eu ainda estou me amando, vivendo e sonhando e sabe o
amor? Ele está vindo, sei que está, mas talvez ainda demore, ou esteja na
próxima esquina.
Eu vivo com a cabeça
nas nuvens e acreditando em mágica, então a magia do amor não pode tardar.
- Jariane
Ribeiro
Perfeito!! Ta ouvindo aplausos? Amg imagina ae ta? haha Por que você merece ser aplaudida. Sua escrita está intensa, verdadeira e profunda! É incrível como consegue juntar tudo isso e prender meus olhos, quase que sem piscar curiosa para chegar no final! Ae a pessoinha aqui, chega no final e volta a reler porque queria que fosse algo maior (risos), consigo imaginar o que tinha acontecido antes, pois os sentimentos estão expostos de uma forma que nos obriga a dar um lugar na nossa imaginação. Continue assim Flor!! Quero ler mais textos, contos e livros seus ^-^
ResponderExcluir