Não quero pensar
Mereço
um troféu por ser tão trouxa.
Essa
é a frase que mais repito a mim mesma ultimamente, tentando a todo custo fazer
piada e não medir a exatidão do que sinto. Provavelmente caçoar de si mesma
seja quase tão errado quanto fingir que meu coração não quer saltar do peito
cada vez que o vejo, como se pudesse quebrar minhas costelas e se atirar nos
pés dele.
Eu
não quero mais ser essa garota, a garota que entrega seu coração a alguém e
espera o mesmo em troca. Eu não quero mais pensar que vou morrer de tanta
tristeza em decorrência de ter meu coração partido pela milionésima vez.
Não,
eu não quero pensar que quando o vejo me saboto e digo a mim mesma que não sou
boa o bastante para ele, mesmo que isso seja a maior palhaçada do mundo, se eu
não sei nem medir o que sinto, como poderei medir o que ele sente? Não sei, da
mesma forma que não se fazer contas de matemáticas e conjugar verbos em latim.
Mas,
quando o vejo tão perto e encaro suas costas curvadas e a forma como eu
acredito que me espia por sobre o ombro, não posso negar que tenho vontade de
fazer as coisas acontecerem. Na minha cabeça, somos dois tímidos esperando o
outro dar o primeiro passo, mas na realidade, eu só sinto e suspiro e deixo as
coisas importantes para trás, lembrando de um sorriso que não é dirigido a mim
e de uma boca que sequer pronunciou meu nome.
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Jariane Ribeiro
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