O amor partiu seu coração, mas ela não desacreditou (Chris sobre Aly)
Ela veio lá de Minas Gerais, mas não tinha mais
aquele sotaque bom demais.
Ama casamentos, sonha em se casar. Trabalha com isso
e sorri, como se mal esperasse para chegar o amanhã muito mais maravilhoso que
hoje.
Daquele jeito de menina, com calça de estrela e que
acredita fielmente em horóscopo, como boa pisciana.
O amor partiu seu coração, mas mesmo assim não
deixou de acreditar nele, conservando um otimismo irritante, mesmo que eu
insista em dizer que milagres não existem e que ganhar na loteria é muito difícil.
Para me contradizer, ela foi lá e comprou um
bilhete, como boa azarada, ganhou sete reais e o esfregou em minha cara ao ter
mais dinheiro que eu e me comprar um picolé de uva, que mais parecia um monte
de gelo.
Ela é assim: doce e totalmente inconstante, com nome
de menino, sorriso doce e a mania de usar vestidos coloridos e ver filmes
adolescentes, como se tivesse vinte e três com cabeça de quinze.
Éramos dois ferrados, tentando subir na vida. Eu, me
vangloriando de ter me formado, estudado na França e querer ter mestrado. Ela,
desdenhando da graduação em administração e daquele cursinho ridículo de
secretariado que fez alguns anos atrás.
Ela se orgulhava mesmo era de fazer as pessoas se
casarem, começar o feliz para sempre. Tentava me convencer, justo eu, que
sempre fui cético em relação ao amor.
Mas ela me ensinou muita coisa.
Comer brigadeiro direto da panela, ver filmes ruins
e apreciar seu sorriso, enquanto fingia que era as estrelas.
Ela me ensinou muito em pouco, mas nunca me preparou
para o que vinha depois.
- Jariane
Ribeiro
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