minha bagagem aos vinte e dois

Foto pinterest/reprodução

Sou Jariane, tenho 22 anos e não sei o que fazer da minha vida, mas acho que já fiz alguma coisa até agora.
Antes mesmo de chegar aos vinte e dois me formei na faculdade e sobrevivi a uma defesa de banca dos infernos.
No último ano passei por mais dificuldade do que tenho em dedos nas mãos. Achei que esse ano não estaria aqui escrevendo, mas estou.
Comecei um curso de inglês, parei o curso de inglês.
Pensei em mais rumos do que posso contar e já é quase julho e ao invés de amar um cara que não sabe meu nome (texto sobre isso aqui), estou acordando todo dia mais tarde do que uma pessoa da minha idade deveria e passando meus dias com o cabelo desarrumado (muitas vezes precisando de uma boa hidratação), de pijama e sem ânimo para fazer algo além de comer.
Nos últimos meses engordei tanto que acho que estou no limite de uma bariátrica, mas ainda estou aqui, escrevendo esse texto e me sentindo sem rumo.
Nos últimos tempos tenho recebido respostas negativas em cada âmbito da minha vida e desisti do amor muito depois do amor desistir de mim.
Nos últimos tempos pensei em desistir da carreira dos meus sonhos, mesmo que meu acalanto seja as palavras e através delas construa um refúgio feliz.
Mas, ao mesmo tempo em que minha vida não está seguindo rumo nenhum e eu não sei o que fazer e no que sou boa além de formar frases bonitinhas, eu sei que fiz alguma coisa.
Eu escrevi três livros dignos de serem lidos, diversos contos e conquistei um grupo de leitores que falam comigo diariamente, o que sempre foi meu sonho.
Eu ganho dinheiro de livros, não é o suficiente, mas ganho.
Eu tenho uma boa casa, com uma família maravilhosa e mais coisas do que preciso.
Eu tenho amor, mas não aquele que pode partir meu coração, mas sim o amor que pode mudar o mundo, aquele tipo de amor que te impede de cair lá no fundo do poço e esse amor vem do universo, da minha família e dos amigos que apesar de eu esquecê-los em momentos de crise, sempre estão lembrando de mim, dizendo que eu sou importante e que me aceitam com todos os defeitos que tenho.
Eu ando lado a lado com crises de ansiedade que eu já queria ter superado, mas eu sei que vou sobreviver.
E, acima de tudo, eu ainda acredito em histórias. Histórias de amor, de amizade, de aventura, história de fazer sonhar.
Mesmo que eu queira desistir de tudo, ainda existe uma contadora de história no meu coração, aquela que em meio ao naufrágio se agarra nas palavras e as junta, formando algo que faz o coração ficar aquecido e gargalhadas surgirem a ponto de sacudir a barriga.
Sim, eu coleciono fracassos, decepções, tristezas, ansiedade, mas também tenho amor, alegria e a capacidade de dizer sim para o novo, para o sonhar e para o que vem pela frente.
Então eu sou Jariane, tenho vinte e dois anos, não fiz muitas, ou grandes coisas, mas ainda tenho muito para fazer. 

— Jariane Ribeiro

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2 comentários:

  1. Oi Jari, não sabe minha vontade de te ver de perto, te abraçar. Fiquei confusa com o rumo que tomou esse post. Eu te admiro tanto!
    Eu espero, desejo que tudo melhore. Ou que pelo menos o boy te ame, se aproxime de você. Você é uma pessoa incrível, cheguei ao ponto de me perguntar o que faria você ficar triste.
    E como você disse por último, eu estou torcendo para que consiga tudo, consiga se destacar muito mais, e se torne conhecida e inesquecível pelas pessoas à sua volta. Talvez, o que é grande para mim, seja pequeno para ti. Talvez você só deva aproveitar cada momento, ora lendo, ora aprendendo. E uma hora, quem sabe essa ansiedade, as inseguranças fiquem de férias e você cometa as loucuras que te fará se sentir realmente viva.

    Ok, certo. Talvez não entenda nada do que acabei de escrever haha mas quero que você tome controle da sua vida, se arrisque. No início é difícil, mas temos que tentar. Estarei sempre do seu lado Flor ❤
    Eu já disse, mas falarei novamente: uso você como inspiração. ❤❤
    Beijão ❤
    Jardim de Palavras

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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