um presente para Cléo - Pão de Limão
Boa tarde, meus amores!
Como prometido, aqui está a primeira parte do capítulo 1 que eu prometi postar no blog para vocês.
Lembrando que o lançamento é dia 1 de janeiro na Amazon ♥ Não esqueçam de me contar o que acharam *--*
Como prometido, aqui está a primeira parte do capítulo 1 que eu prometi postar no blog para vocês.
Lembrando que o lançamento é dia 1 de janeiro na Amazon ♥ Não esqueçam de me contar o que acharam *--*
Pão de limão
Eu
sou a inimiga número um da família Nunes.
A
persona non grata que ficará impedida de dar as caras na enorme casa colonial
onde a maluca família se reúne todos os anos e onde eu sou cruelmente explorada
feito uma escrava branca.
Se
eu me arrependo de ter virados as costas a eles em um momento tão mágico e de
confraternização quanto o Natal? Lógico que não. Eu estou esfuziante, feliz a
ponto de sair voando como uma balão em direção aos céus da liberdade e do fim
do trabalho escravo.
De
que forma eles me escravizam? Na cozinha! Eu sou mais uma dessas garotas
formadas em gastronomia que amam cozinhar e são mal compreendidas pela família
maluca em que vive.
Se
eu tenho um restaurante luxuoso na avenida beira-mar e uso um domo com detalhes
em preto e fico recebendo as pessoas na porta com um sorriso no rosto e comida
quentinha na cozinha? Não, eu não sou recepcionista e nem chefe de cozinha, eu
sou doceira mesmo, daquelas como sua avó que faz bolos e doces para todos. A
diferença entre eu e sua avó é que com certeza não tenho rugas e nem trabalho
de graça.
Foi
por conta do tal trabalho gratuito e familiar que começou a briga mais
catastrófica da história da minha família. Minha mãe está acostumada a me ligar
todos os anos e me passar uma lista enorme de sobremesas, sem nem fazer questão
de comprar os ingredientes, quem dera sugerir um pequeno pagamento.
Mas
este ano ela resolveu inovar, além de eu ter de fazer comida para a família
toda, também teria de ajudar a pobre tia Dionísia em sua ceia Natalina. Eu
surtei, virei a baiana, gritei e, com o total apoio de minha melhor amiga
Bianca, disse a todos que este ano eu não iria passar trabalhando para eles.
-
Você é uma filha ingrata, Cléo! – minha mãe gritou.
-
Uma sobrinha extremamente egoísta – ressaltou minha tia.
-
Que tal fazer uns docinhos só para o papai, anjinha? – Meu pai, um homem
barrigudo e muito do acomodado falou isso em tom de descaso, como se tudo que
eu tivesse dito não fosse sério.
-
Não vou fazer mais nada para ninguém! – gritei, ainda mais surtada. – Esse ano
eu quero um Natal só meu, com muito dinheiro e comida só minha! Cansei de
alimentar a pança de vocês e ainda não ter o direito de sentar e comer porque
tia Dionísia é incapaz de se alimentar sem uma garçonete e mamãe odeia louça na
pia. Tchau! Voltem a falar comigo no próximo ano e se eu tiver horário
disponível.
-
E com quem vai passar o Natal, Cleanira? – minha mãe fala meu temido nome
completo, como um jogador ao dar o golpe de misericórdia que destruirá a banca.
-
Com minhas amigas, trabalhando e sem vocês e meu nome não é Cleanira é Cléo,
como a rainha do Nilo, Cleópatra a magnânima.
-
E pensar que ela tem 25 anos – resmungou tia Dionísia. – Nessa idade e ainda
não aceitou o nome que eu amavelmente sugeri ao ver aquele rostinho vermelho e
rechonchudo.
-
Obrigada, tia! – gritei novamente, no meio da sala e de braços abertos, como as
personagens de minhas novelas mexicanas favoritas. – Valeu pela maldição de ter
que carregar uma identidade com um nome tão horrível e é por conta desse nome
que eu não consigo nenhum cara também, aos vinte e cinco anos, como adoram
dizer.
-
Mas querida – minha mãe faz uma expressão exagerada de preocupação, levando em
conta as inúmeras aplicações de botox que fez nos últimos meses, isso é quase
como se estivesse ganhando a olimpíada da cara plastificada. – Você está
sozinha por opção.
-
Dos outros – completa a tia má. É sério, eu tenho medo dela e daquele batom
laranja. Às vezes acho que ela veio do inferno para apertar minhas bochechas e
reclamar do marido.
-
Chega! – gritei pelo que parecia ser a última vez porque com todo o dramalhão
se desenrolando, eu esperava ter voz no dia seguinte. – Eu já falei minha
decisão e estou indo.
Sai
da casa deles batendo a porta, entrei em meu carro e então pude enfim desfrutar
a liberdade de morar no segundo andar de uma casa silenciosa, sem família e com
meu amável cão chamado Lorde Pantufas, porque alguém na minha vida tem que ter
nome aristocrático.
**Trecho sem revisão
Amei muito, muito mesmo, Jariane! Que escrita fluída e envolvente <3 Ansiosa para ler o conto todo!
ResponderExcluirOlá! Amei, ansiosa pra ler tudo! Sua escrita é maravilhosa. Ate mais! ♡
ResponderExcluirEutheromania e Hematomas