Não leiam livros de youtubers!
Antes que vocês cheguem e comecem a me xingar,
deixe-me explicar que o título é totalmente irônico.
Protelei por meses esta postagem por inúmeros
motivos, mas todos os dias em minhas redes sociais vejo pessoas falando mal da
Kéfera porque ela é chata, idiota e escreveu um livro com uma tiragem
gigantesca e vendeu muito bem.
Outro exemplo de pessoas que passam pela mesma
situação? Christian Figueiredo, Pam Gonçalves, Taci Alcolea e muitos outros.
Tudo bem, não serei hipócrita e direi que sempre
aplaudi o que está acontecendo no mercado editorial, muitas vezes me senti
injustiçada por estar trabalhando como escritora a anos e ainda não ter o reconhecimento
de alguém que tem uma carreira no youtube.
Mas depois resolvi ver por outro lado a questão e
entendi que no mercado editorial, como qualquer outra rede comercial, eles veem
o que gera lucro. Livro é um produto e um youtuber com uma boa imagem e fãs
rende dinheiro.
Essa questão de youtuber não ser escritor começou a
pouco tempo porque é o que está na moda. E.L James é um dos grandes nomes
literários da literatura erótica e sofreu preconceito por escrever livros que
eram considerados pornografia. E graças a essa moda muitos escritores de livros
eróticos alcançaram o sucesso e fizeram o tipo de história que escrevem se
tornar um gênero literário que vende.
Escritores de fantasia também passaram por isso
quando outros, ao se intitularem de eruditos, diziam que não se tratava de
literatura.
Pessoal, estou nesse meio a algum tempo e já estudei
a literatura de vários âmbitos e o que posso garantir é que assim como a vida,
ela é feita de fases. Antes era a onda de livros fantásticos, depois eróticos,
seguido dos youtubers e agora as editoras estão malucas atrás de escritores que
escrevam romance de época.
E o que vamos fazer com cada nova geração da
literatura? Xingar nas redes sociais, ser mesquinho e compartilhar ódio? Acredito
que exista lugar para cada um que esteja disposto a trabalhar arduamente e
lutar pelo seu sonho, seja ele qual for.
Está na hora de abrirmos nossa mente e enxergarmos
que para cada livro escrito existe seu público específico e pode ter certeza:
Quem começa a ler livro de youtuber e se apaixona pela literatura, vai
continuar querendo ler.
Eu sou um exemplo: Comecei a amar a literatura lendo
livros da saga crepúsculo. Tudo bem, eu já lia antes, mas eu nunca havia me
apaixonado tanto por uma história. Isso faz de mim uma leiga? Não, simplesmente
percebi que meu gosto literário pode ser eclético.
Sabem como eu descobri isso? Ao bancar uma menininha
infantil e discutir com uma de minhas colegas porque eu amo Harry Potter e ela
ainda não tinha se permitido conhecer nada além de clássicos e didáticos. Foi aí
que eu percebi que preconceito literário é horrível.
Não devemos oprimir ninguém pelo livro que lê e pelo
gosto que possui. Eu amo chick-lit, mas isso quer dizer que eu tenho que falar
mal da minha colega que escreve romance erótico e faz sucesso?
Não! o mundo precisa de amor em todas as áreas e
vamos parar e pensar um pouquinho antes de sair xingando a editora, o escritor
e meio mundo por alguém que você considera incompetente estar em um lugar de
destaque.
O mundo dá voltas. Já pensou você estar em um lugar
de destaque e alguém ir te xingar e dizer que não trabalhou para isso?
- Jariane
Ribeiro
